Dissertações sobre o fandom


Imagem altamente publicitária, com pequenos pingos de significado.

Todo fã é um pouco idiota - pra não dizer totalmente. O comportamento fanático é tudo o que qualquer artista deseja. Isso me faz pensar o quanto somos manipuláveis, e o quanto isso transforma as pessoas tanto para o bem, como para o mal. Algumas sabem usar essa sede por algo de uma maneira mais inteligente, outras se rendem completamente ao ridículo. Cada povo, tem a sua maneira de extravasar essa ânsia insaciável. Um bom balanço que eu poderia exemplificar agora é o modo como uns fãs aguardam seu cantor ou cantora preferida; tens pessoas que simplesmente desmaiam, choram feito bebes desmamados e outros, como é no Japão, são muito mais contidos em sua demonstração de carinho e afeto. Ou seja: não importa em que categoria ou em que grupo pertença, você já amou ou ainda ama intensamente algo. Até mesmo os críticos mais enrustidos tem o seu momento de adoração por alguma coisa, demonstrando dessa maneira, que são tão humanos como a gente. Nem os haters escapam, afinal, o ódio explícito por qualquer coisa que seja já é um tipo de religião. Portanto não negue: dentro de você existe uma criança chata e incompreendida. 


Nós somos movidos pelo prazer. Com toda certeza, aquilo que nos fisga é um espaço vazio dentro de nós que está sendo preenchido. É um falar. Um conectar, um entender. E pra que isso ocorra, não precisa necessariamente de uma razão lógica. Por mais que tenhamos um motivo convincente pela qual possamos oferecer para quem perguntar o porquê, no fundo, nem nós sabemos ao certo. Não há uma formula mágica que você possa distribuir ao mundo, nem todos sentirão o mesmo orgasmo. Por exemplo, alguém pode lhe perguntar por que que você gosta tanto daquele mangá/anime, você responderá que os personagens são carismáticos pois são bastante engraçados, ou que aquele universo é bem construído porque é bem detalhado, porém, para outra pessoa isso pode significar um amontoado de nada, já que para ela ter carisma não precisa ser necessariamente engraçado basta apenas ter um toque de naturalidade, e o universo construído não consiste exclusivamente em ser detalhado, apenas basta um pouco de coerência. 

Pensar nisso me deixa maluca.  Ao mesmo tempo que somos tão parecidos, somos tão únicos e inigualáveis. Possuímos particularidades tão distintas, mas basta apenas um som, uma imagem ou um gesto para nos unir em prol da adoração.  É meus caros ... a mente humana é um bicho de sete cabeças. 

Não podemos esquecer entretanto, que tudo se trata de cultura. Não conseguimos entender em sua plenitude o porquê que alguém é fanboy de Sword Art Online, porque carregamos conosco uma outra perspectiva. Se você nunca mudou de país, e amanhã mesmo for para o Japão, com certeza ficará perdido e desconfortável. Não importa se você sabe falar japonês, ou tenha estudado durante muito tempo a cultura e comportamento deles, ainda sim, sentirá uma grande estranheza. Nada vai ser exatamente do jeito que imaginamos. Para compreender é necessário ter contato diário. Essa é a regra número um de um bom entendedor. 

É engraçado como conseguimos criar intimidade com qualquer coisa de maneira tão fácil. Mais engraçado ainda é assistir um meet and greet de uma banda; um exemplo até então fresco em nossa mente foi o da cantora Avril Lavigne no Brasil, que rendeu vários memes pela internet por causa de sua frieza e distanciamento com seus adoradores. Perceba que podemos considerar um ídolo como parte de nossa família, porque estamos tão acostumados com a presença deles em nossas vidas, que achamos que quando tivermos frente à frente com eles, a intimidade vai ser recíproca. Porém, não é o que acontece. 

É uma missão suicida tentar explicar como nasce o fandom ou qual a importância que ela têm em nosso cotidiano, só sei que sem ela nossas vidas seriam ser cor. Não há nada mais legal do que shippar, colecionar e trazer pessoas distantes para perto de nós, através da arte, sabedoria ou whatever. Se unir com pessoas do mesmo gosto, é como achar um conhecido num deserto. 
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