Your Lie in April: a tristeza do amor



Um dos maiores sucessos da temporada Outono/Inverno de 2014/2015, Shigatsu wa Kimi no Uso é como a sua proposta: uma sinfonia sobre a vida.

Sinopse

Reconhecido como uma criança brilhante, Arima Kousei, deixava a todos impressionados com suas habilidades praticamente perfeitas no piano. Mas tudo isso muda quando sua mãe, e também tutora, adoece repentinamente e morre. Após sua morte, Kousei passa por uma experiência ruim durante uma apresentação, perdendo a capacidade de ouvir a sua própria música. E tragicamente abandona o piano. Anos se passam, e as únicas coisas que ele ainda cultiva de seu passado traumático são seus dois melhores amigos: Tsubaki e Watari. Mas em um dia inesperado de primavera, uma linda garota surge em meio as folhas de cerejeira. A jovem e excêntrica violinista Kaori, com sua personalidade forte e decidida chega para desestruturar tudo o que Kousei achava que havia construído em volta de seu passado.

Obra e autor

Escrito e ilustrado por Naoshi Arakawa, o mangá, conhecido no Japão como Shigatsu wa Kimi no Uso, foi serializado entre abril de 2011 e fevereiro de 2015 pela Monthly Shonen Magazine e venceu na categoria de Melhor Mangá Shonen no 37º Prêmio de Mangá Kodansha em 2013. A adaptação animada estreou em outubro de 2014 e foi um enorme sucesso com 22 episódios terminados em março de 2015.
Seus outros trabalhos incluem Shigatsu wa Kimi no Uso: Coda – um mangá de edição única focado na infância de Kousei e Tsubaki – e duas obras esportivas sobre futebol chamadas Farewell, My Dear Cramer e Sayonara, Football. 

Light novel

Lançado em 2014, Your Lie in April: A Six-Person Etude foi escrito por Yui Tokiumi e reconta algumas situações do mangá. Sendo um volume único, contém apenas seis capítulos, e cada capítulo é narrado sob o ponto de vista de algum personagem, seguindo a ordem: Kaori Miyazono, Takeshi Aiza, Emi Igawa, Tsubaki Sawabe, Ryota Watari e novamente Kaori Miyazono.

Original video animation (OVA)

Em março de 2015 uma edição limitada da última edição do mangá foi lançada em forma de bundle (um kit ou combo de produtos) com o OVA intitulado Moments. Também considerado como o episódio 23, o OVA nos transporta mais uma vez à infância de Kousei, focando nos momentos mais marcantes de Kaori, Takeshi e Emi, em relação a admiração deles ao garoto. 

Live action

  
A adaptação cinematográfica estreou em 2016, e conta com a direção de Takehiko Shinjo, conhecido por outras adaptações de mangás para as grandes telas, como por exemplo Paradise Kiss, Minami-kun no Koibito e Daytime Shooting Star. Kousei é interpretado por Kento Yamazaki, já renomado por interpretar famosos personagens nas adaptações de Another, Jojo’s Bizarre Adventure, Orange e na série televisiva de Death Note. No papel de Kaori, a atriz Suzu Hirose, premiada pelo Japan Academy Awards como Atriz Revelação por seu papel de Suzu Asano na adaptação Our Little Sister, baseada no mangá Umimachi Diary de Akimi Yoshida.

Peça teatral

No verão de 2017 entrou em cartaz uma adaptação teatral com exibições em Tóquio e Osaka. A peça foi dirigida por Naohiro Ise, e produzida pela Avex Pictures, com performances musicais de Yuta Matsumura no piano e Shuko Kobayashi no violino.

ATENÇÃO!!!Daqui em diante, falarei um pouco mais a fundo sobre a história e os personagens, portanto, haverá alguns spoilers. Mas tentarei não extrapolar muito. Caso queira, aconselho a ler o mangá, ou assistir alguma das adaptações antes de prosseguir. Mas se não quiser também não tem problema.

Uma sinfonia sobre a vida


“É preciso coragem para navegar por águas desconhecidas”, já dizia Snoopy. E com essa premissa é que Kaori conquista o mundo e atrai todos para dentro de sua sinfonia colorida e cheia de esperanças. A garota chama a atenção de Kousei logo no primeiro instante, e age como uma capitã sonhadora, que não recruta, mas conquista marujos para o seu navio, rumo ao novo mundo de possibilidades. E em um mar turbulento de emoções, com altos e baixos, como uma partitura, Kaori e Kousei, zarpam para uma experiência de ajuda mútua, na maior aventura de suas vidas.


                Nosso personagem principal, teve uma infância extremamente traumática, marcada pela rigidez e maus tratos de sua mãe, a ausência de um pai e sua inalcançável perfeição musical, o que o levou a deixar de lado aquilo que mais significava para ele: a música. Paixão de sua mãe, da qual ela havia desistido por ter ficado doente e incapacitada de tocar piano, assim, colocando todas as suas forças e frustrações para criar um filho músico perfeito. Com o avanço de sua doença, e vendo-se cada vez mais incapacitada, passava a tolerar cada vez menos os erros de Kousei, chegando a espancá-lo na frente de outras pessoas. E como uma boa e obediente criança, Kousei atendia a todos os desejos de sua mãe, e acreditava que quanto melhor fosse no piano, melhor a sua mãe se sentiria, e eventualmente acabaria melhorando.
                Após vencer um recital e receber duras críticas e agressões físicas de sua mãe, Kousei atinge seu limite, chegando ao ponto de desejar com que ela morresse, já que nada do que ele fazia, não importasse o seu esforço, nunca a deixava feliz. Dito e feito.
                Com a morte de dela, uma parte de Kousei também morre. Sua mãe e a música, significavam praticamente a mesma coisa para o menino, portanto, o abalo e a carga psíquica colocada nessa arte, foram o suficiente para destruir o seu amor em ambos os lados. Sua incapacidade de ouvir a sua própria música enquanto toca – uma clara referência a Beethoven – foi a forma como sua mente encontrou de evitar com que ele continuasse sofrendo neste meio tão traumático. De certa forma, foi algo bom naquele momento.
                Seu encontro com Kaori, marca o seu renascimento, pois agora, como uma pessoa diferente, ele tem a oportunidade de recomeçar naquilo que ele tanto havia se empenhado, mas de uma forma mais suave, mais única, mais sua. Esse é o efeito do violino de Kaori em sua vida. Ela representa a sua segunda chance para o mundo. E da mesma forma, ela o vê como uma segunda chance para viver.
                Mas nada disso seria possível se não fossem seus amigos.

Amizade

Seja o fã numero 1 do seus amigos!



                 Kousei passou pelo pior momento de sua vida quando ainda era uma criança, e talvez teria sido o seu fim caso não tivesse ao seu lado dois amigos – anjos – Tsubaki e Watari. Que apesar de terem gostos e ideias bem diferentes de Kousei, são duas pessoas extremamente presentes na vida do garoto. A ponto de fazerem o papel, ora de pai e mãe, ora de irmão e irmã. É tão natural e incondicional que chega a ser lindo.
Tsubaki é a sua amiga mais antiga e próxima. Como sempre fora sua vizinha, ela o acompanhou em todos os momentos, desde o seu começo como musicista, até os seus dias mais sombrios. Após a morte de sua mãe a jovem assume um papel maternal e de extrema importância na vida de Kousei. Ao contrário dele, que é franzino e quieto, ela não conserva energia no seu modo de viver. Adora praticar esportes e é uma das principais jogadoras do time de softball da escola.
É ela a responsável por Kousei ter conhecido Kaori, e mesmo durante o desenvolvimento da trama, quando ela passa a perceber que sente algo mais por Kousei, seu desejo de ver o garoto simplesmente mais feliz, é maior do que tê-lo para ela. É a maior incentivadora da carreira de musicista de Kousei, e fica tão nervosa durante as apresentações que chega até a passar mal, e mesmo assim nunca deixa seu lado. Sabe de tudo o que Kousei gosta ou não gosta de fazer e dessa forma cuida dele da melhor forma possível.

Kousei e Tsubaki compartilhando um lindo momento em silêncio.

Watari é o cara que aparentemente menos entende sobre os complexos problemas das pessoas e do mundo, entretanto, isso não o impede, ou o repele, de ser amigo de um garoto com tantos problemas. Ele é popular, bonito e um excelente jogador de futebol. Apesar de não ter nenhum interesse em música, sempre o acompanhou e também nunca deixou o seu lado em nenhum momento ruim. Um verdadeiro companheiro. Vez ou outra, tem momentos profundos de reflexão que impressionam os que estão ao seu redor, revelando um lado maduro e empático.
Apesar de instantaneamente mostrar interesse amoroso em Kaori, ele logo entende que Kousei sente algo mais por ela, e mesmo nunca sendo direto com o amigo, faz de tudo para incentivá-lo a buscar a felicidade. Tem plena consciência de que Kousei não acredita em si mesmo, por isso esbanja elogios e incentivos para tentar ajudar seu amigo.
 Apesar da enorme responsabilidade na vida desses adolescentes de 14 anos – o que não é novidade nos animes – uma pessoa com mais maturidade e vivência, ainda dá as caras para cuidar do garoto. Hiroko Seto foi a melhor amiga mãe de Kousei, e acompanhou todo o desenvolvimento – apesar de não perceber os abusos. Ficou muito abalada com a morte de sua amiga e se via impotente diante o sofrimento de Kousei, por isso se afastou por um tempo. Mesmo assim, tem um enorme amor por ele, e o trata como um filho. Como é uma musicista renomada, atua como sua tutora. Seu pai, por outro lado, é completamente ausente e pouco se fala dele – que novidade.

Hiroko reencontrando Kousei depois de alguns anos longe.

 Rivalidade

                Em seu tempo como musicista mirim, Kousei, causava um forte impacto nas outras crianças a sua volta, chegando a inspirar outros a seguirem sua carreira na música. Durante anos, ele tocou e ganhou diversos torneios sem nunca notar que ao seu redor estavam algumas pessoas que seriam importantes para o seu retorno, e muito menos percebia a importância que ele também tinha para as conquistas delas. Como é o caso de Takeshi Aiza e Emi Igawa.
                Takeshi ficou completamente maravilhado após assistir uma apresentação de piano de Kousei e depois deste dia decidiu que gostaria de ser tão bom quanto ele, considerando-o um herói. Após muito treino, começou a se destacar nas mesmas competições, porém, nunca conseguia se igualar ao seu ídolo. Quando Kousei desistiu e desapareceu das competições, Takeshi se revolta totalmente, pois percebe que nunca conseguiria alcançar seu objetivo de ser melhor do que ele, já que o menino não participava mais.
                Emi tem uma história parecida, mas sua primeira impressão ao ouvir Kousei tocar, foi tão forte que a fez chorar incontrolavelmente. Depois disso, começou a tocar, mas ao contrário de Takeshi, ela não buscava a perfeição e a superação de Kousei, mas sim a sua rejeição. Utilizava de intensidade e raiva enquanto tocava as composições, impressionando os jurados e a plateia, como se assustasse a todos com o seu talento. Ao contrário de Kousei, que tocava as composições com a precisão e perfeição de seus compositores, não colocando nenhum sentimento na música.

Emi, Kousei e Takeshi
                   
                  Um pouco mais ao fim da história, conhecemos também a jovem Nagi, que é irmã mais nova de Takeshi. Sua curiosidade em saber como é aquele que seu irmão tanto admirou, acaba fazendo com que a garota se passe por outra pessoa para conseguir a tutoria de Kousei. Mesmo que ele estivesse relutante no começo, a insistência de Hiroko, faz com que ele aceite ensinar Nagi. Conforme os dias passam ela começa a admirá-lo, apesar de não aceitar, e isso faz com que se sinta cada vez mais segura na música e na vida. Sendo a sua primeira experiência como professor, Kousei é obrigado a cultivar sua responsabilidade e amadurecimento nos cuidados a pessoas mais novas. Pode-se dizer que foi o primeiro teste de Kousei como pai.


Kousei e Nagi se apresentando juntos

O drama de cada um

Quando você está deprimido é sempre útil apoiar a sua cabeça em seus braços. Os braços gostam de se sentirem úteis. – Charlie Brown.

                Após finalmente conseguir fazer as pazes com sua mãe e a música – na metade da história – Kousei é atingido de repente por uma notícia horrível: Kaori está no hospital. Apesar da garota dar pouca importância para este fato, ele percebe imediatamente que é mais grave do que aparenta. E da mesma forma com que tudo de ruim havia sido varrido para longe, seus sentimentos em relação a sua mãe acabam voltando. Mas agora, ele projeta a perda de sua mãe, na possibilidade de perder Kaori da mesma forma. Conforme os dias passam, ele acaba descobrindo que a doença dela é realmente muito grave, e o medo, insegurança e solidão acabam tomando conta de Kousei, deixando-o impossibilitado de fazer qualquer coisa. Tudo aquilo que ele achava que havia superado, subitamente retorna de forma intensificada, arrastando-o para bem longe de todos.
 Kaori tinha uma vida boa com sua família, até que certo dia acaba desmaiando e indo parar no hospital, depois disso, uma sucessão de internações acaba diagnosticando uma séria doença – que não é comentada no mangá, nem anime. Depois de passar por uma cirurgia ainda criança, ela acaba crescendo e se interessando por violino. Mas pouco antes da primavera de seus 14 anos, ela volta a sentir os sintomas, e dia após dia, começa a piorar. Então ela decide que vai aproveitar intensamente a vida, fazendo as coisas da forma que quiser, e é nesse momento que conhece Kousei. Quando ela achava que já havia desistido de lutar, ele surge para dar significado para seus dias. Com o progresso agressivo de sua doença, ela fica até mesmo incapacitada de andar, chegando ao ponto de quase desistir da vida. 

A química sempre esteve no olhar.

Apesar do foco ser quase que exclusivo no drama de Kousei e Kaori, temos alguns exemplos de que todos, de certa forma, estavam travando batalhas internas tão importantes quanto as dos protagonistas.
                Após perder o jogo futebol mais importante de seu último ano do ensino fundamental, Watari chora escondido no banheiro. Caso tivesse ganhado, ele teria tido uma melhor chance de conseguir entrar em um colégio com mais investimento no esporte, chegando mais próximo de realizar seu sonho de ser jogador profissional.
                Tsubaki se vê completamente arrasada com a situação dela e de Kousei, e acaba tendo atitudes egoístas durante seu jogo de softball, e por isso o time é desclassificado por culpa dela. Isso, mais seu desempenho nada excepcional na sala de aula, faz com que se sinta completamente insegura sobre seu futuro. Como Kousei decide ir para uma escola de ensino médio especializada em música, ela fica devastada ao saber que vai estar longe da pessoa que mais ama, e isso a força a tomar decisões mais difíceis. Em tão pouco tempo, ela se vê bombardeada de sentimentos, e acaba conhecendo outros lados dela mesma que antes nunca haviam se mostrado, e assim começa a compreender o que é o amor.

"Nós perdemos. Perdemos por minha culpa."

                 Nagi, apesar de ser a mais nova entre todos, sofre uma enorme pressão familiar pelo fato de ter um irmão muito talentoso, fazendo com que ela se sinta deixada de lado e cultive certo rancor por Kousei, pois sabe que parte dessa culpa é dele. Como ela também é muito bonita, acabou se tornando popular a contragosto, o que aumenta a pressão e insegurança em seu meio social. É apenas conversando com Kousei, e desmistificando seus pré-conceitos, é que ela consegue se sentir mais à vontade de ser quem realmente é, e prosseguir a partir disso.
Até mesmo a aclamada pianista Hiroko, e tutora de Kousei, passa por momentos de incertezas, pois como era muito nova quando sua amiga morreu, sentiu uma enorme culpa e pressão por não conseguir cuidar de Kousei, e acabou se afastando. Alguns anos depois, já com uma filha, resolve voltar e tentar mais uma vez, agora com mais experiência e maturidade. Percebemos, porém, em diversos momentos em que ela se arrepende muito de tê-lo deixado sozinho.

A Tristeza do Amor (Love’s Sorrow)

Originalmente chamado de Liebesleid, Love’s Sorrow foi escrito pelo compositor e violinista Fritz Kreisler e faz parte de um grupo de três composições individuais intituladas Liebesfreud (Love's Joy), Liebesleid (Love's Sorrow), and Schön Rosmarin (Lovely Rosemary). São peças curtas para o violino e piano e tem grande importância para a superação de Kousei.
Era a música favorita de sua mãe e também a sua canção de ninar. Foi durante a sua apresentação tocando essa música que ele desenvolveu seu trauma, e foi a música escolhida por Kaori para o seu retorno como pianista (episódio 13). Ao tocar a melodia, Kousei pode finalmente entender a tristeza do amor de sua mãe e se perdoar para seguir em frente. Todos os seus sentimentos são lavados através dessa música.

"Nenhuma mãe na Terra despreza seu próprio filho" - Hiroko.
 
Renascimento e morte

                Segundo o próprio autor, Your Lie in April se trata de renascimento e morte. Sobre como o fim da vida de alguém, pode ser o começo ou recomeço da vida de outra pessoa. Um ciclo eterno de amor e sofrimento, e todos os outros sentimentos que compõem as pessoas, como: inveja, desejo, rancor e medo. Como quando uma música começa, impressiona e termina, mas logo após seu fim outra surge e causa uma impressão diferente, mas todas de certa forma se influenciam.

A mentira


                Mas porque diabos a obra se chama “A Sua Mentira Em Abril” (tradução da Crunchyroll), bom, como isso é apenas revelado no último episódio/mangá, nada mais justo eu deixar com que vocês vejam/leiam por conta própria e se surpreendam assim como eu fui surpreendido – de forma boa.

A doença de Kaori

                Como dito anteriormente, não há nenhuma menção sobre a doença, tanto no mangá, quanto no anime ou nas outras adaptações, entretanto, muitos fãs se propuseram a pesquisar e analisar os sintomas para encontrar possíveis doenças. Dentre elas foram mencionadas: anemia aplástica, esclerose lateral amiotrófica e Ataxia de Friedreich. Essa última porém, aparentemente é a mais provável.

Diferenças do mangá, anime e live action

                A adaptação do mangá para o anime é extremamente fiel. Porém, o mangá consegue nos colocar muito mais no lugar de Kousei pelo motivo óbvio de que é impossível ouvir qualquer música tocada na obra. Assim como Beethoven que perdeu sua capacidade auditiva com a idade e continuou compondo músicas devido a sua memória auditiva, Kousei lida com a música da mesma forma. Em momentos onde ele luta para terminar uma apresentação, mesmo sem a capacidade de ouvir, sua percepção e sincronia acabam suprindo a falta do som, e por isso o mangá serve muito bem para demonstrar esse ponto. Outro fator importante é o ritmo dos quadros que variam e “brincam” com a melodia visual da história. Apesar de ter sido a primeira vez que eu li um mangá sobre música, não tive dificuldades em acompanhar essas nuances.
                Outro destaque importante são os comentários de musicistas profissionais que acompanham o fim de alguns capítulos, dando informações importantes sobre obras e compositores citados durante o capítulo. Torna-se quase impossível não ir procura-las no Youtube logo após terminar de ler.
                No anime por outro lado, há o impacto visual e sonoro que falta no mangá, nos proporcionando uma obra linda de ser assistida. A animação é maravilhosa. E as aberturas e encerramentos chegam a encher os nossos olhos de lágrimas.
                O live action não fica muito atrás. Apesar de deixar de fora muitos personagens, ele foca no grupo principal, Kousei, Kaori, Tsubaki e Watari, mas reproduz com veemência os melhores momentos do anime e mangá, e a caracterização dos personagens é muito fiel. 

Conclusão

“Todos nós precisamos de alguém para nos dar adeus” – Marcie, Snoopy
  
             Your Lie in April é um slice of life dramático e verdadeiro, que nos apresenta temas fortes como depressão, morte e fracasso, mas nos saúda com lindos momentos de felicidade, companheirismo e amor, da forma mais pura e simples da vida, portanto vale a pena dedicar algumas horas para esse trabalho tão empenhado. A trilha sonora e as apresentações musicais são apenas um brinde, comparados a densidade de todo o resto. Mas cuidado, alto risco de choro, por isso tenha sempre ao seu alcance alguns lenços – ou toalhas.

Agradecimentos

                Para você, guerreiro ou guerreira, que leu esse textão até aqui, meus sinceros agradecimentos. Talvez seja a primeira vez que eu escrevo tanto e com tantas informações sobre uma obra. Eu praticamente li e assisti tudo relacionado a série – tirando a peça de teatro, né – e levei um bom tempo para colocar tudo em ordem. Espero que tenha sido um conteúdo útil para vocês, e gostaria de ler seus comentários, bons ou ruins, sobre a forma como eu construí o post. Essa é a minha 10ª postagem nesse maravilhoso blog, por isso resolvi tentar uma abordagem mais técnica e dividida, e é exatamente por isso que o feedback de vocês é muito importante.
                Caso se interessem por mais informações, segue abaixo dois links com entrevistas do autor (em inglês) em sua passagem pelos EUA no Anime Expo 2016 e um lindo compilado com as frases marcantes de Kaori.




Novamente, muito obrigado e até a próxima!

Um comentário:

  1. Que texto incrível. Uma escrita tão linda e com detalhes tão profundos. Pedro, você escreve muito bem. Seria uma grande honra poder ler outros textos seu. Um forte abraço e espero que esteja bem. Esse é meu anime favorito e ler essa sua publicação me deixou muito feliz.

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