Rurouni Kenshin (Samurai X) - Saga de Kyoto


 Nostalgia nível Hitokiri Battousai.





  Hoje resenharei a melhor saga de Rurouni Kenshin na minha opinião. Se você ainda não assistiu e se incomoda com spoiler's alheios jorrando na sua tela, por favor vá jogar vídeo game ou leia outros post's da Nave Bebop, porém se você já assistiu pela TV ou leu o mangá tenho certeza que um forte sentimento de nostalgia vai dominar seus coraçõeszinhos. 

  História - Kenshin Himura é um homem marcado pelo passado. Foi conhecido durante todo o período do Shogunato Tokugawa como Battousai Himura - o retalhador. Matando a tudo e a todos e sendo o mais temido samurai de todos os tempos, Kenshin abandona a vida de assasino após longos anos e diversos acontecimentos. Aos 28 anos ele se encontra na Era Meiji como apenas mais um andarilho portando uma espada de lâmina invertida e em suas viagens ele acaba fazendo diversas amizades e companhias, entre elas o da jovem Kaoru Kamiya, herdeira do dojo Kamiya de estilo espadachim de bambu. Ao lado dela, do pequeno Yahiko e do inusitado Sanosuke Sagara, Kenshin passa a viver dentro do dojo, tentando finalmente ter uma vida de paz.

  A saga de Kyoto se trata da raiva da Era Meiji que nasceu a partir de Makoto Shishio com o seu plano maligno de dominar o Japão, restaurar o período de guerra e de sangue de Shogunato. Como já era de se esperar Kenshin quer colocar um ponto final nessa situação e para isso ele precisa enfrentar os inimigos, só que ele só irá conseguir vencê-los se voltar a ser o antigo Retalhador que costumava a ser.

 Informações adicionais - Rurouni Kenshin teve um anime de 95 episódios, um filme e mais duas mini-sagas em formato de OVA's. O anime chegou a ser exibido no Brasil pela Rede Globo (de forma retalhada), Cartoon Netwok e Animax, além do mangá ter sido publicado na íntegra pela editora JBC. Em novembro de 2012 a Editora JBC após diversos pedidos de fãs, voltou a publicar o mangá, agora intitulado como '' Rurouni Kenshin - Crônicas da Era Meiji ''.

 Prepare-se agora para uma resenha recheada de opiniões com aquela coberturazinha de spoiler que todo mundo gosta (só que não). 



 Nada melhor do que começar falando da história em si e explicar os motivos pela qual se torna a melhor saga de Rurouni Kenshin (não desmerecendo as demais sagas ou fillers, até porque eles não são tão horrorosos, mais também nada muito digno). Primeiramente é válido ressaltar do peso que a trama tem, do desenvolvimento dos personagens e principalmente a mensagem que ela traz (coisa que não vimos na saga Oniwabanshuu). Diferente dos demais arcos, eu percebi que em Kyoto estava reunido as prioridades que toda boa saga deveria ter. Todos os personagens que são aliados do protagonista da série precisam crescer, amadurecer e não depender exclusivamente da proteção dos outros, por que se não toda a glória do animê seria totalmente só do protagonista e não da série ao todo. Então é importante ressaltar esse quesito pois sem ela todo tipo de mangá/animê fica sem sal, morno. O que me impressionou é a quantidade de amadurecimento que a série ganhou, e não estou falando só dos personagens mais também da história. O clima ficou mais pesado, a vontade de vencer de ambos os lados ficou mais intensa, o terrível passado de Kenshin ganhou vida, os inimigos tinham mais ódio além de ter  um histórico dramático, criando dessa maneira uma ligação mais forte com o público que acompanhou. 

 Em Oniwabanshuu as coisas de certa forma eram mais simples, era algo mais leve pois a trama pedia a salvação de Megumi, não que eu não tenha me importado com a vida dela mais é que se for comparado com as milhões de vidas que estavam em risco com os planos perversos de Shishio, com certeza eu me importo mais com Kyoto. Fora essa questão ainda tem a mensagem light que o arco passa, mostrando dessa maneira que Kenshin se importa com as pessoas e blá blá blá, acho que serviu como uma base para a saga que viria depois pois uma vez que colocaria o sentimento de Kenshin em dúvida, jogando-o contra a parede, forçando-o a voltar a ser algo que ele já havia deixado para trás, como vimos claramente em Oniwabanshuu, por esta razão eu a classifico como uma saga leve e menos relevante se comparado com Kyoto.

  


 O legal desta saga de Kyoto é que até o Yahiko ganhou mais importância, e também mais confiança nas suas lutas fortalecendo as pequenas lacunas que porventura ficassem vazias nesse requisito que a história pedia. E o que dizer dos vilões? sem palavras, o nível de adrenalina aumentou 100%. Não só o passado dos vilões mais também a técnica de lutar que cada um tinha, todos distintos e sem fortes semelhanças uns com os outros, até mesmo a característica física era agradável e diferente dos demais comparsas. E são todas essas qualidades que me dá vontade de ressaltar características que mais me cativaram em cada um deles.
Um dos comparsas de Shishio que mais teve um passado dramático que me chocou foi Soujiro, afinal ter que matar sua própria ''família'' para poder sobreviver é tenso, desde muito cedo aprendeu que ser forte é o melhor caminho para sobreviver pois é como diz sua filosofia de vida '' Os fracos morrerão e os fortes viverão'' (alguma coisa assim). Além desse passado trágico, Soujiro é tão habilidoso que mal dá pra ver seus movimentos, deixando assim Kenshin encurralado e em perigo. Isso que é interessante numa obra shonen, a gente não fica horas e horas esperando a grande luta final assistindo a lutas medíocres com personagens medíocres, só pra enrolar o ato final. Não só Soujiro me proporcionou grande excitação numa luta que nem era considerada ''importante'', mais também o Usui conhecido pela sua técnica de espada cega que surpreendeu pela sua irreverencia e pelo seu estilo único de lutar. Como vocês podem perceber eu poderia ficar horas e horas falando de cada detalhe foda que os vilões tinham, assim como todos os outros personagens de Rurouni Kenshin, por isso se vocês querem mais detalhes sobre isso eu recomendo o post do blog Pruno's Land que fez um top 20 melhores personagens de Samurai X que se vocês quiserem dar uma conferida cliquem aqui.

 A mensagem que a saga de Kyoto traz é muito mais coerente do que todas as outras. E não estou falando da mensagem de fazer o bem e lutar sem matar ou coisa do tipo, mais sim do confronto da dúvida que surge em Kenshin e que o leva a controlar o seu antigo eu, servindo desta maneira para confirmar sua escolha e Não matar os seus inimigos mais sim qualquer tipo de dúvida que ainda estivesse dentro do coração do Battousai. Talvez seja isso que destaca o Kenshin de todos os outros samurais que eu conheci até agora. Quando se trata de samurai a ideia principal que vem na cabeça é a de matar, sanguinário frio. Porém Kenshin não é aquele personagem bonzinho que esbanja alegria e simpatia com os inimigos, ele definitivamente sabe se comportar como um verdadeiro espadachim de honra, isso o torna especial no meu modo de ver. Ele não entra numa luta para perder, e nem pra brincar de ser samurai, muito pelo contrário, ele entra pra fazer a diferença, não só com técnicas mais com personalidade e muita convicção de que nem sempre a morte é a sentença adequada para um inimigo.






  E a tão esperada luta final Kenshin X Shishio foi de arrepiar. Acho que essa foi a luta mais ''sangue no zóio'' que eu já vi do animê, lol. Não era só dois caras fodões se enfrentando por ''biscoitos'' , era dois samurais iguais em termos de força técnica, entretanto o que o distinguia era por aquilo que ambos acreditavam. Kenshin usava a espada para defender as pessoas fracas, Shishio usava a sua para aniquila-los e deixar como lei: só os fortes tem o direito de viver. Esses desejos completamente distintos o levaram a uma luta de pura adrenalina e empolgante de assistir, eu acho que nem consegui piscar enquanto assistia. E no fim das contas foram os pequenos detalhes que resolveram tudo, a doença de Shishio o deixou em desvantagem no último minuto, mais acredito que não foi só isso que deu a vitória ao Kenshin mais a persistência que teve de se levantar a cada surra, os ensinamentos de seu Mestre o ajudaram a ter vontade de viver e cumprir sua promessa com a Kaoru de voltarem todos juntos para o dojo, se não fosse por este ensinamento Jamais Kenshin poderia ter criado tanta força de vencer e resistir as suas inúmeras feridas que se alastraram em seu corpo durante a luta. Por isso não chegue na conclusão de que Kenshin venceu por sorte (como li em certos comentários) ou qualquer outro motivo ignorante que você possa pensar, mais tenha em mente que os dois tinham habilidades iguais e que o vencedor só seria aquele suportasse suas feridas,e que tivesse muita vontade de viver e cumprir suas promessas, como Himura Kenshin teve.

 O gráfico do animê retrata muito bem toda a simplicidade da Era, muito satisfatório. Cores e traços que caracterizam um bom animê de samurai, totalmente agradável. Coisa que não posso dizer o mesmo do filme remasterizado Shin Kyoto-Hen, que possui um visual mais limpo e firme, o que esteticamente deixa aquele fã enfurecido por essa mudança desnecessária e que não tem nada a ver com o animê. O character designer embaralha tuas lembranças, não traz aquele sentimento nostálgico e muito menos te coloca num estado de espírito saudosista. Quem for assistir esse filme remake da saga de Kyoto tem que se preparar por uma estética diferente, algo muito mais avançado do que costumávamos ver no anime, porém essa mudança de gráfico tem o seu lado bom. Como por exemplo os cenários mais amplos e detalhados, e as expressões dos personagens mais bem retratadas, mais é como eu disse, essa mudança de certa forma causará uma estranheza nos fãs.

 Se você não conhece nada de Samurai X não vá assistir o filme Shin Kyoto-Hen logo de cara, pois é quase certeza que você ficará boiando em certos detalhes que não são fornecidos ao longo do filme, porém só os que já conhecem bem a história saberão do que eles estão se tratando. Essa remasterização não explica novamente as informações, pois o filme te joga na trama com o intuito de te entreter sem ter que se dar ao luxo de contar as passagens da história novamente. As explicações foram mastigadas e ignoradas só o verdadeiro fã conseguirá usufruir de forma perspicaz os acontecimentos. Fora isso o filme sobre Kyoto também tem o seu lado bom, como a trilha sonora, e elementos que são incorporados de forma diferente, um exemplo disso é a tranquilidade que as coisas ocorrem, quem quer ver Rurouni Kenshin numa essência diferente da habitual basta assistir Shin Kyoto-Hen.


 Para encerrar, voltemos ao foco. A saga de Kyoto é tão esplêndida quanto o torneio das trevas de Yu Yu Hakusho, assim como lá nos deparamos com rivais extremamente fortes que não facilitaram nada para Yusuke Urameshi , mostrando todas as qualidades possíveis que um bom arco de porrada precisa ter, lutas épicas com personagens épicos, semelhante com esta saga de Rurouni Kenshin. Tinha um envolvimento intenso por detrás semelhante ao arco Soul Society de Bleach, a mesma forte motivação que Kurosaki Ichigo tinha em capturar a Rukia da escola dos Shinigamis, só um detalhe os diferencia: que é o motivo pela qual Kenshin lutava, tirando isso eles tinham a mesma força de vontade de viver e cumprir seus objetivos.

 Por esses e todos esses motivos que eu citei ao longo da postagem é que fazem a Saga de Kyoto a melhor de Rurouni Kenshin, se não for a melhor com certeza é uma das melhores. Um arco que tem todas as lacunas preenchidas de um bom shonen de forma sagaz, simples e descomplicada. Sempre ao me recordar me lembrarei do quão objetiva a trama foi e o quanto me envolveu com sua forte mensagem, e sem contar que a mitologia de vida de Kenshin Himura pra mim é a mais pura,  é o meu samurai preferido (até agora).

 Me diz aí, tem como não amar a Saga de Kyoto de Samurai X ? 



2 comentários:

  1. Samurai X ou Rurouni Kenshi para os mais aficcionados.
    De longe meu Shounen Favorito, o primeiro a me apresentar a história dos Samurais e fazer meu interesse pela mesma crescer, embora hoje seja forçado a dizer de maneira muita errada.
    Mas algo na história é sem dúvida muito bem retratado, o período histórico. O começo do fim dos mais de 800 anos de guerra civil desse País (algo surpreendente visto que o Brasil tem pouco mais de 500 anos de história).
    As Leis que obrigavam os Samurais a abandonarem suas espadas, uma verdadeira traição para tal classe que as empunhou para defender esse governo.
    A Era de início da modernização de um país que queria se reerguer tornando-se hoje a 3ª maior potência econômica mundial, com muitos problemas sociais diga-se de passagem.

    Tudo representado com lutas, drama, romance e muito bom humor.
    Até hoje me lembro da palestra de meu Sensei que utilizou desse anime para falar um pouco de samurais, não dos estilos de luta, afinal nenhum deles apresentados existe, fantasioso demais.
    Mas para mostrar o período histórico de tal país e das mudanças causadas em tal cultura o que me incentivou a praticar a Arte Samurai e aplicar o Bushido em minha vida, tomar como exemplo de pessoas que eram conhecedores, estudiosos, filósofos, poetas e por último guerreiros.
    Me fazendo então me apaixonar pela arte samurai Aizu Musõ Ryu, me incentivando a fazer o meu melhor.

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    1. Muito interessante saber que Samurai X incentivou você a conhecer a arte samurai, além de ensinar de forma perspicaz o período histórico misturando o humor, o romance, e o drama. Isso só confirma o quão rica a história é, e o quão inspiradora ela pode ser para os adoradores do estilo samurai ou para atraí-los para si as pessoas que não tem contado com o gênero. Kenshin é uma Lenda!

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