Fui assistir só pelos monstros, mas me enganei. Os fatores pelas quais os monstros agem me eram mais interessantes.
Sim, isso mesmo você não leu errado. Mas antes eu que já chegue nos finalmente, existem algumas informações básicas que precisam ser ditas. Parasyte ou Kiseijū é uma mangá escrito e ilustrado por Iwaaki Hitoshi que estreou na revista Morning Open Zōkan de Kōdansha entre 1988 e 1989. Mais tarde o mangá foi serializado na revista Afternoon1 de janeiro de 1990 até fevereiro de 1995, e em 1993 recebeu o Prémio de Manga Kōdansha, na categoria Geral (seinen) - contendo 10 volumes encadernados. Depois de 24 anos o mangá foi adaptado em anime, com a produção do estúdio Madhouse, intitulado Kiseijū: Sei no Kakuritsu. O anime estreou em outubro do ano passado contendo 24 episódios. Estão previstos para esse ano, dois filmes live-actions.
A história é assim. O jovem estudante Izumi Shinichi mora com seus pais em uma vizinhança pacata de Tóquio. Certa noite, alienígenas no formato de vermes invadem a Terra e começam a tomar controle do cérebro de hospedeiros humanos ao entrar por suas orelhas ou nariz. Um desses parasitas tenta se arrastar para dentro do cérebro de Shinichi enquanto ele dormia, contudo acaba sendo pego e no fim consegue tomar posse apenas de sua mão direita. Graças a isso, tanto Shinichi quanto o parasita (que futuramente receberia o nome de Migi) permanecem cada qual com sua própria consciência, ao contrário do que ocorre com quem tem o cérebro invadido. Apesar do susto inicial, conforme os dias passam Shinichi vai aos poucos criando certo grau de confiança com Migi, ao mesmo tempo em que encontra outros parasitas contrários a essa relação e que tentarão matá-lo.
Agora que você sabe do que estou falando, vamos comentar a adaptação em anime que foi finalizada até então, recentemente. \o/
Agora que você sabe do que estou falando, vamos comentar a adaptação em anime que foi finalizada até então, recentemente. \o/
Shinichi é um adolescente como qualquer outro, que tem sua vida traçada pelo azar. E é através desse azar que ele constrói ao longo do percurso, uma fama de ''herói'' - embora eu nunca tenha de fato acreditado nisso - a história segue uma linha vertical, que começa com tudo em cima, e aos poucos vai regressando para baixo. Porém, é muito elogiável a construção de personagem, mesmo que na realidade algumas características não tenham me convencido. Um exemplo claro é Shinichi. Um cara medroso, mas que por ironia do destino, sua vida é levada à tomar coragem. E durante o anime percebemos claramente seu amadurecimento. O personagem passa por maus bocados como a morte de um ente querido, parasitas por todos os lados aparecendo num momento não conveniente, e assim vai. No entanto, são essas situações conturbadas é que faz de Shinichi um adolescente muito mais confiante de si. Um outro exemplo que poderia citar é sua relação com a Satomi, que eu duvido que ele chegaria naquele nível de intimidade se não fosse um adolescente mais confiante de si. Isso é muito legal. Mesmo que eu tenha sentido um pouco que conforme os episódios foram passando, seu carisma ia caindo cada vez mais. Quando eu estava no final, estava cagando baldes para o Shinichi, pra mim ele se tornou um personagem desinteressante. Gostava muito mais dele na primeira metade. Mas essa decaída, ao meu ver, não foi maior que o meu orgulho ao acompanhar um personagem que amadureceu como pessoa, mesmo que não tenha sido de uma maneira mais interessante.
Satomi por outro lado, teve seu papel fundamental na série, entretanto, igualmente ao Shinichi, meu interesse por ela ia caindo cada vez mais. Talvez até mais rápido que com Shinichi. Seus diálogos embora tivesse uma função que era considerada essencial, sempre era recheada de chatice. Não vai me dizer que você não se irritou com sua preocupação de papagaio, dizendo que o Shinichi não era mais o mesmo e coisa parecida? Santo deus, que guria chata.
Não sei se no mangá esses personagens são assim também (espero que não), mas no anime foi de uma descida de patamar muito evidente. Pena.
Quando eu peguei Kiseijuu pra assistir, foi achando encontrar muitos monstros surreais tendo transformações de cair o queixo e coisa parecida. Sim, houve o que eu esperava nesse quesito (percebe-se na imagem à cima), só que pra minha sorte, a história me foi mais atrativa. A questão do do ''estou perdendo minha humanidade'' e ''estou vivendo como um monstro'', era uma risca à se seguir muito bacana. Nesse ponto, Kiseijuu não falha, ele conta, demonstra e flui muito bem ao longo dos episódios. Um outro ponto legal é a trilha sonora, abertura e encerramento. Acredito que tenha combinado bem com a temática, mesmo que a música da abertura tenha sido um pouco enjoativa. A animação também é outro ponto positivo, Madhouse fez um bom trabalho considerado bom com as cores e cenários, o que peca talvez seja a fluides de movimentos, mas não é algo que atrapalhe fortemente a experiência.
Por fim, acho válido comentar a trajetória do Migi (Parasita que fica na mão do Shinichi), afinal, se não fosse por ele, talvez Kiseijuu não seria o que ele é, pois é bem curioso ver porque ele é um dos poucos parasitas bonzinhos, ver os efeitos de suas atitudes e diálogos num adolescente medroso, me soa aos ouvidos uma história que se tem muito pra explorar. Existiam diferentes rumos que o anime poderia seguir. E isso era bem curioso. No geral, Migi foi um amor de monstrinho, mas ele infelizmente não escapou da linha vertical que foi a personalidade dos personagens e da história em si. Diferente da Satomi, ele foi um personagem que demorou um pouco mais pra se tornar desinteressante. Eu diria que isso aconteceu nos episódios finais. O seu desfecho ali no anime, foi de uma falta de sacanagem tremenda com o espectador. Foi uma brincada de sentimentos nos piores sentidos da palavra. Não gostei e e achei bem estúpido. Mas como eu sou uma boa pessoa, eu quero me lembrar das passagens boas do Migi pela série, e as questões que trouxe na série foi o que me motivou a ir até o fim, porque vontade de dropar não me faltou lá pelo episódio 15. A batalha entre parasitas e humanos, as influencias que um tem sobre o outro, e a explicação maravilhosa de que pra ser um não é necessário deixar de ser outro. Ambos podem conviver no mesmo corpo, na mesma mente. Achei de uma esperteza sem igual. Kiseijuu vale à pena ser assistido por isso, exclusivamente por isso. O resto? Bom ... deixa pra lá. No mangá deve ser mais interessante. Eu quero muito acreditar que sim.
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