Sem enrolações, vamos ao que interessa.
Arte
Esse anime me chamou muita atenção de inicio, começando pelo nome. A premissa é bem interessante, e tem traços fortes de realidade, cenário totalmente plausível. Uma garota chamada Arte (ok, isso não é tão realístico, quem se chama assim na vida real?) cresceu numa família nobre do século XVI, seu pai falecido incentiva muito ela em sua paixão por desenhar, e quem sabe no futuro viver disso, porém sua mãe é totalmente contra, quer que ela se case e tenha uma vida comum. Arte então (que estranho se referir a essa personagem chamando assim, mas tudo bem) sai de casa e tenta encontrar alguém pra ser seu tutor nessa jornada, mesmo contra a vontade da mãe, porém, ninguém se interessa pelo talento dela, por ela ser uma mulher (Aí é que tá o traço de realidade que estava falando).
A ideia central é bem legal, mas acredito que o anime peca por apresentar personagens ''mais do mesmo''. Numa premissa como essa, realmente se espera algo no mínimo mais artístico, com personagens mais criativos e interessantes, com certa profundidade, do que esse ''feijão com arroz'' que já estamos acostumados todo ano. Ela é aquela garota sonhadora, inocente e atrapalhada, e o tutor dela é um cara bonachão, que se faz de durão mas é uma manteiga derretida. Durante o episódio fica aquela enrolação sem suspense e surpresa nenhuma (que ele aceitaria ela como aprendiz), e bate na mesma tecla várias vezes de que ele, o tutor Leo, se vê nela.
Pelo menos, o final do episódio melhora essa premissa interessante que se desenvolve em clichés. É bonito ver Arte tendo que dormir naquele quarto caindo aos pedaços em busca de seu sonho, saindo da zona de conforto em busca de algo bem impossível que é uma mulher vivendo de arte. Ainda sim, não é o suficiente pra dizer que estou empolgada, mas pode ser uma luz no fim do túnel.
Listeners
Para os nostálgicos de Eureka Seven, esse anime pode lhe agradar em cheio. Listeners não é nenhum pouco palatável, dificilmente poderá cair no gosto popular, ainda sim, ele não é um anime do tipo ''underground'', (existe certo apelo adolescente, visto o perfil dos dois protagonistas). É um anime que fica no meio termo, portanto, acredito que isso pode prejudicar ao encontrar o seu público - o que por sinal tem que ser um fã de animes das antigas.
De qualquer forma, foi uma boa estréia. O estúdio MAPPA trouxe uma animação original simples, puxando mais para o perfil de um anime do Bones, ainda sim, não faz feio, mesmo tendo menos orçamento. Meu receio está no rumo da história, já que não tem mangá pra se basear, e ainda, poucos episódios (12) pra mostrar um potencial que demanda mais tempo.
O protagonista chamado Echo mora numa cidade distópica, e trabalha num depósito de lixo, que por sinal é bem grande. Ele mora com sua irmã chamada Swell, e ela por sua vez, trabalha em um bar próprio. Até aí bem normal, certo? o anime muda de rumo quando o garoto Echo encontra uma garota no lixão, sim isso mesmo. De principio, parece uma ciborg, mas isso não ficou tão claro pra mim durante o episódio, já que ela parecia humana demais. Enfim. Algumas pitadinhas de insinuações sexuais dão uma leve apimentada no decorrer, e o episódio acaba no estilo Mecha que conhecemos: luta de robôs. Há algumas alusões que um incidente aconteceu há alguns anos atrás, visto que o prefeito de lá cita várias vezes, e a garota não se lembra de quem é, ou seja, seu passado é em branco. Como o anime vai explorar isso em poucos episódios? fica aí o mistério.
Listeners também tem uma ligação com a música, que pra mim, é super esquisito. Talvez seja uma metáfora com robôs? ou são só robôs usando referencias musicais pra ter um conceito? Ainda é cedo pra apontar qual o caminho, mas tenho que assumir que gostei dessa esquisitice toda. O clima cinza, distópico, abandonado, é bem interessante. Só espero que a moral da história no final do anime não seja essa de ''correr atrás dos sonhos'' ou coisa do tipo, ninguém aguenta mais.
Nami Yo Kiitekure
Extremamente entediante, essa estreia pra mim foi um grande sonífero. A introdução da personagem principal foi péssima e totalmente desinteressante. A única parte divertida foi mais para o final, mesmo assim, não salva o anime da chatice. Bem confuso, Nami Yo Kiitekura é uma grande incógnita, não dá pra saber sobre o que ele é, o que está tentando fazer e aonde quer chegar com tudo isso. E mesmo que fosse sem propósito nenhum, como é pelo o que aparenta, o anime não tem carisma nenhum e não cria situações e nem diálogos que desperte interesse.
A história foca mais num público adulto, a personagem Minare koda enquanto bebe seus goró conhece um cara da estação de rádio, no dia seguinte ele se ouve no ar ao vivo enquanto trabalha em um restaurante, e furiosa ela invade a estação pra tirar explicações, mas com apenas uma gravação, dá pra perceber que ela solta o verbo quando está bêbada e isso se encaixa na programação de rádio como um talk show. Sim, esse é o plot do anime, basicamente.
O que poderia se tornar um anime engraçado, ou ao menos com diálogos interessantes, ficou bem sem sal no fim das contas. Claro que é apenas o primeiro episódio, pode ser que isso mude. Mas por enquanto não sei se continuarei assistindo com uma estréia apagada dessas.
Yesterday o Utatte
Adaptação de um mangá seinen de Toume Kei, ao que tudo indica terá 18 episódios. Obviamente imagino que será insuficiente pra cobrir o mangá todo, ainda sim a equipe por detrás dele me dá esperanças de ser um anime honesto.
Yesterday o Utatte não é um anime que eu colocaria na minha lista de apostas da temporada, à princípio, parece ser bem ''água com açúcar''. Mas foi só assistir pra perceber que nem tudo é o que parece. Gostei bastante dessa estréia, principalmente pelo ''feeling'' que ele trás. Não sei exatamente sobre o que ele é, ou para onde pretende ir, mas as possibilidades não importam se todo episódio for bom como esse. O anime não soou didático, ou expositivo. Tudo foi mostrado com uma narrativa bem curiosa, em vários momentos ficava me perguntando ''tá e agora oque vai acontecer?'', a condução de cenas trouxe bastante interesse pelo o que estava acontecendo, e isso é importantíssimo numa estréia. Por mais que a história seja simples, o sentimento dele vai se tornando complexo e muito verossímil com o que enfrentamos na realidade.
Não é um anime que crie hype ou expectativas exacerbadas, mas é um anime bastante sincero. Uozomi Rikuo é um cara recém-formado que trabalha meio período em um konbini. E com vários questionamentos sobre o que quer pra sua vida no futuro, ele continua nesse emprego por não exigir muito dele. Ao longo do episódio, percebemos que ele ainda continua apaixonado pela sua ex-colega de classe, e agora professora, Morinome Shinako, e coincidentemente, acaba se esbarrando com ele na mesma cidade, e assim eles meio que tentam reatar a amizade. Porém, tem uma outra garota misteriosa nessa história, a Nonaka Haru, que estranhamente anda com um corvo no ombro (???) e está apaixonada pelo Rikuo, e também parece ser alguém do passado dele.
Sim, o plot parece ser meio confuso, mas quando assistimos, é bem simples. Vários pontos ainda são misteriosos na história, principalmente a personagem Nonaka Haru, mas é de um jeito bom. A ambientação também é boa, o anime tem um senso de realismo muito grande, as cores também chamam a atenção porque combinam muito com esse tipo de sentimento melancólico de vida adulta. Enfim, vou continuar assistindo com certeza.
Em breve parte 02...
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