Mob Psycho 100 - Comentando os 2 Primeiros Episódios














Adoro anime ''lokinho'' (Ou quase isso).

Mob Psycho 100 tem uma coisa que ninguém pode negar: estilo. De longe, o anime chama a atenção por conter uma aparência psicodélica, o que já por si só, o coloca num pedestal longe dos demais animes da temporada.  Não porque a animação é superior aos demais, mas sim porque é chamativo. E eu nutro um carinho especial por séries que tentam fugir dos padrões estabelecidos ou pelo menos tenta algo novo. Sim, é verdade que não é a primeira vez que animes assim surgem, FLCL, Excel Saga e One Punch Man tão aí pra tirar o pódio no quesito ''irreverente'' de Mob Psycho 100. Entretanto, no cardápio de animes novos, esse anime se torna um prato irresistível. Talvez minhas expectativas altas demais por saber que o estúdio Bones está por trás disso, e o diretor Yuzuru Tachikawa - que apesar de ter brochado em Death Parade se mostra um cara cheio de boas intenções - me faz crer num anime com muito potencial. Nesses dois episódios, eu não duvidei disso. Só que essa sensação continua só na promessa, pois Mob Psycho 100 não mostrou ainda para quê veio.



A história segue a risca episódica, e não apresenta nada consistente, ao menos por enquanto. A única coisa que senti um aprofundamento nesses dois episódios, foi o universo louco em que eles estão. Mas antes de comentar sobre isso, vamos à sinopse. 

O mundo está repleto de acontecimentos bizarros dos quais a ciência não consegue explicar. Ao se defrontar com eles, as pessoas inevitavelmente sentem muito medo, mas há aqueles que lutam todos os dias para combater essas criaturas. Essas pessoas são conhecidas como paranormais. E uma delas é o Kageyama ''Mob'' Shigeo, um garoto inocente e introvertido que é dominado pelo seu sensei Reigen Arataka, um charlatão e comandante de uma agência que combate esses seres sobrenaturais. 






















Em OPM a piada era que o herói mata os vilões com um soco só. Em Mob Psycho 100 a piada parece ser que o Mob não consegue enxergar que o Reigen manja porra nenhuma dos espíritos - mesmo que ele fique desconfiado em certos momentos, indagando as atitudes do seu sensei. Não sei o quanto essa mentira se estenderá, mas parece ser uma brecha pra trabalhar a comédia. E falando em humor, Mob Psycho 100 pode parecer nonsense, mas na verdade, eu achei que está mais para pastelão. É engraçado pra você sorrir mentalmente, mas nada que arranque àquela gargalhada. Porém, eu não acho isso um defeito. A série consegue ser divertida nessa fórmula. O único baque que pode acontecer entre o expectador e a obra, é que ela não é tão ousada como a animação diz que ela é. Normalmente, são piadas bobas, no melhor estilo ''Chaves'' da coisa. Não é pra arregalar os olhos com alguma situação inusitada, mas sim colocar as mãos na testa e esboçar um sorriso com os dizeres ''cara, que tonto isso''.

Eu gostei do primeiro episódio, por justamente ir de desencontro com o que eu estava esperando; porra louca total. O anime ainda não tem um plot forte, e muito menos personagens ultra carismáticos, e isso pode trazer uma degustação insatisfatória em quem for assistir. Eu também não conheço o mangá, então, não posso garantir que de fato em algum momento o anime ficará mais sério e o humor mais insólito. Mas o anime consegue prender a atenção, seguindo com uma história cheia de potencial e uma animação bem distinta. Devo frisar que Mob Psycho 100 não o tipo de anime que agradará a massa, na realidade, ela faz mais a linha do otaku hipster que gosta de assistir coisas ''diferentonas''. Se você gosta de obras que tentam fugir do formulário estabelecido para animes populares, essa pode ser uma boa pedida, sem dúvidas. 



Assim como o segundo episódio de Orange é bem melhor que o primeiro, Mob Psycho 100 teve o mesmo efeito. No piloto tivemos uma noção de como as coisas são, no segundo, temos um mergulhar mais aprofundado. Pra você ter uma ideia, é lá que o roteiro centra na puberdade do protagonista Mob, e descarrilha em cima disso pequenas explosões de surrealismo, com direito à cores fortes e planos sequência que enfatiza mais o humor, fazendo dessa maneira, funcionar melhor que anteriormente, ao invés de ser tão descarado. Foi legal conhecer mais sobre o personagem, saber que ele almeja se encaixar num grupo de amigos, assim como qualquer outro adolescente. O anseio de viver feliz com sua paixonite, e a frustração de não conseguir ser bom em nada. Esses são alguns pontos que aumentam o carisma do personagem, e o tornam mais humano, próximo. Mesmo que ele não seja de esboçar muitas reações, o roteiro fez com que ele ficasse mais intimo dessa forma. Por outro lado, o charlatão Reigen continua a mesma incógnita. Será que ele será apenas isso mesmo? Uma válvula de escape para o humor? Espero que não.

Como ia dizendo, o segundo episódio é bem melhor. Aquela cena em que o Mob se fantasia de menina pra entrar num colegial de garotas foi de fato bem divertido, achei engraçado ele se metendo com as encrenqueiras da escola levando tudo numa reação bem tranquila, mas ainda, quando finalmente ele vai entrar para um grupo que parece que ele pode se dar bem, ele opta por entrar no outro que não tem nada à ver com ele. Encerrou bem o que o episódio propôs, o foco na insegurança e inocência do adolescente. Literalmente, tudo ganhou mais cor e graça para mim.






















A escrita e direção de Mob Psycho 100 tem tudo para desbancar ainda mais. Estou bastante otimista quanto essa série, porque em termos de animação, está tudo impecável. Eu vi gente que não gostou do designer dos personagens por ser ''simples demais'', porém, eu vejo bastante beleza nisso. No meio dos seres bizarros, das expressões esquisitas e exageradas das pessoas, ter dois personagens aparentemente normais em termos de visual, engrandece ainda mais o universo louco em que estão. A abertura e o encerramento, bem como a trilha sonora estão de acordo com a proposta do anime e também estão excelentes. 

Enfim, gostei muito dos dois episódios de Mob Psycho 100 (mais ainda do segundo), e com certeza continuarei vendo. Espero que você também.

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