Trago más previsões.
Texto por Major Thais
Engana-se quem pensa que foi uma transição brusca. Em Space Dandy, ainda tínhamos ele com um pé na criatividade e o outro no mercado. Já no Zankyou no Terror, Watanabe tenta desbravar outros mares, mas acaba se afundando por não conhecer o território em que estava desbravando. Carole & Tuesday demonstrou ser um projeto curioso, no entanto, sua estreia entregou um trabalho totalmente desprovido de criatividade. E eu vou explicar o porquê.
Esse anime parecia promissor pelos seguintes fatores: primeiro que nunca vimos Watanabe fazer algo mais ou menos parecido. Por mais que isso seja às vezes um grande tiro no pé, é importante buscar por desafios. Segundo que a música sempre foi um dos seus grandes aliados nos animes, com base os seus dois primeiros trabalhos, que são os melhores. Terceiro que o Watanabe sabe trabalhar um lado mais profundo em suas obras, por mais que a premissa pareça clichê. Entretanto, esse lado clichê prevaleceu de maneira gritante no episódio todo na estréia desse novo anime. Parece que vai levar todo o potencial no lixo, transformando assim, Carole & Tuesday num novo Zankyou no Terror (só que pior).
Claro que é muito cedo pra apontar isso. Eu como fã do Shinichiro quero acreditar até o fim. Porém, a gente precisa ser honesto e reconhecer pra onde o barco nos leva. E a previsão é de uma tempestade de chorume.
A primeiríssima impressão que tive assistindo esse primeiro episódio, foi de uma espécie de Michiko to Hatchin só que futurístico, e mil vezes mais light. Quase que ambientado numa Tóquio propriamente dito, só que com um toque de Brasil, tendo em vista os assaltos. A animação totalmente engessada, não traz a fluides que um anime musical pede. Os personagens não demonstram muitas expressões. Quando começa as cenas que as personagens cantam, parece que corta a quarta parede, de tão artificial que a animação ficou, e eu passo a notar a voz dublada na boca delas. Eu esperava algo pelo menos no nível do anime da Nana, mas fazer o quê. Se já tá assim no primeiro episódio, eu fico imaginando como então vão estar os outros.
Já que citei as cenas em que as personagens cantam, oque foi àquilo? primeiro que as duas protagonistas se conhecem do jeito mais óbvio possível, completamente desprovida de ''sal''. Na segunda cena em que elas ensaiam juntas, foi de uma chatice enorme. Primeiro que a personagem Tuesday (que nome horrível alias) diz pra outra que nunca tocou violão na frente de ninguém antes, mas é só pegar pra tocar que sai tudo perfeitinho (aqueles três primeiros acordes desafinados nem conta como insegurança) , faz backing vocals, e depois encaixa uma de suas letras improvisadas num caderninho, de primeira. Eu entendo que foi pra mostrar que o santo das duas bateu, mas poxa, chato demais. Sem emoção nenhuma.
Talvez essa construção perfeita de amizade entre elas, em algum momento se interrompa. Alias, é o esperado. Entretanto, foi tudo muito corrido essa junção das duas. Cliché, artificial, sem graça.
Colocando as duas protagonistas na balança, Carole parece ser muito mais interessante que a Tuesday, mas também nem é pra tanto. A Tuesday é a nata do cliché, parece ser o feijão com arroz dos animes atuais: bobinha, tímida, insegura. O porém é que ela é rica, então sua família, vai dar um jeito dela ''não se misturar com a gentalha'' ou algo assim. Sobre a Carole, não sabemos praticamente nada sobre ela, somente que ela não tem família, e que é uma refugiada, mas é levemente mais carismática que a Tuesday. Sobre o futuro conflito da história, parece que uma agencia está construindo uma cantora robô pra fazer sucesso, simbolizando assim o artificialismo da industria musical, que coincidentemente, é igual a nossa realidade. Crítica muito legal, bacana, mas zero surpresa. Isso é tão didático, que a robô diz com todas as letras que é uma marionete para os empresários. Mais óbvio que isso impossível.
A impressão que tive é que estava assistindo algum desenho da Barbie, só faltou aparecer os Ken da vida pra fazer uma trama romântica açucarada. Outra coisa evidente é o ar de novela mexicana. Tudo muito previsível, fiquei na duvida se estava vendo alguma novela das tardes do SBT . Ah antes que me esqueça, ainda apareceu um produtor musical fracassado num bar, totalmente de maneira aleatória na história, já revelando assim quem vai ajudar as duas na jornada musical. Desnecessário.
Talvez o único ponto positivo (e olhe lá) foi o cerne do episódio. Fazendo referência à uma das músicas da Cyndi Lauper, o momento em que Tuesday diz que foi por causa dessa música que ela se interessou em tocar violão e tudo mais. No meio de tanta artificialidade, as ''cores verdadeiras'' que diz na canção é uma boa música pra representar as duas naquele mundo. Mas é só isso que vi de interessante também. Muito pouco pra vinte e dois minutos de episódio.
Dito isso, me sinto bem decepcionada com essa estreia. Não que eu esperasse tanto né, afinal, o último anime do titio Watanabe teve um fim brochante. De qualquer forma, estarei acompanhando até o terceiro episódio pelo menos pra ver se as coisas melhoram, porque com base no andar dessa carruagem, o destino é o mais comercial e entediante possível.
Claro que é muito cedo pra apontar isso. Eu como fã do Shinichiro quero acreditar até o fim. Porém, a gente precisa ser honesto e reconhecer pra onde o barco nos leva. E a previsão é de uma tempestade de chorume.
A primeiríssima impressão que tive assistindo esse primeiro episódio, foi de uma espécie de Michiko to Hatchin só que futurístico, e mil vezes mais light. Quase que ambientado numa Tóquio propriamente dito, só que com um toque de Brasil, tendo em vista os assaltos. A animação totalmente engessada, não traz a fluides que um anime musical pede. Os personagens não demonstram muitas expressões. Quando começa as cenas que as personagens cantam, parece que corta a quarta parede, de tão artificial que a animação ficou, e eu passo a notar a voz dublada na boca delas. Eu esperava algo pelo menos no nível do anime da Nana, mas fazer o quê. Se já tá assim no primeiro episódio, eu fico imaginando como então vão estar os outros.
Já que citei as cenas em que as personagens cantam, oque foi àquilo? primeiro que as duas protagonistas se conhecem do jeito mais óbvio possível, completamente desprovida de ''sal''. Na segunda cena em que elas ensaiam juntas, foi de uma chatice enorme. Primeiro que a personagem Tuesday (que nome horrível alias) diz pra outra que nunca tocou violão na frente de ninguém antes, mas é só pegar pra tocar que sai tudo perfeitinho (aqueles três primeiros acordes desafinados nem conta como insegurança) , faz backing vocals, e depois encaixa uma de suas letras improvisadas num caderninho, de primeira. Eu entendo que foi pra mostrar que o santo das duas bateu, mas poxa, chato demais. Sem emoção nenhuma.
Talvez essa construção perfeita de amizade entre elas, em algum momento se interrompa. Alias, é o esperado. Entretanto, foi tudo muito corrido essa junção das duas. Cliché, artificial, sem graça.
Colocando as duas protagonistas na balança, Carole parece ser muito mais interessante que a Tuesday, mas também nem é pra tanto. A Tuesday é a nata do cliché, parece ser o feijão com arroz dos animes atuais: bobinha, tímida, insegura. O porém é que ela é rica, então sua família, vai dar um jeito dela ''não se misturar com a gentalha'' ou algo assim. Sobre a Carole, não sabemos praticamente nada sobre ela, somente que ela não tem família, e que é uma refugiada, mas é levemente mais carismática que a Tuesday. Sobre o futuro conflito da história, parece que uma agencia está construindo uma cantora robô pra fazer sucesso, simbolizando assim o artificialismo da industria musical, que coincidentemente, é igual a nossa realidade. Crítica muito legal, bacana, mas zero surpresa. Isso é tão didático, que a robô diz com todas as letras que é uma marionete para os empresários. Mais óbvio que isso impossível.
A impressão que tive é que estava assistindo algum desenho da Barbie, só faltou aparecer os Ken da vida pra fazer uma trama romântica açucarada. Outra coisa evidente é o ar de novela mexicana. Tudo muito previsível, fiquei na duvida se estava vendo alguma novela das tardes do SBT . Ah antes que me esqueça, ainda apareceu um produtor musical fracassado num bar, totalmente de maneira aleatória na história, já revelando assim quem vai ajudar as duas na jornada musical. Desnecessário.
Talvez o único ponto positivo (e olhe lá) foi o cerne do episódio. Fazendo referência à uma das músicas da Cyndi Lauper, o momento em que Tuesday diz que foi por causa dessa música que ela se interessou em tocar violão e tudo mais. No meio de tanta artificialidade, as ''cores verdadeiras'' que diz na canção é uma boa música pra representar as duas naquele mundo. Mas é só isso que vi de interessante também. Muito pouco pra vinte e dois minutos de episódio.
Dito isso, me sinto bem decepcionada com essa estreia. Não que eu esperasse tanto né, afinal, o último anime do titio Watanabe teve um fim brochante. De qualquer forma, estarei acompanhando até o terceiro episódio pelo menos pra ver se as coisas melhoram, porque com base no andar dessa carruagem, o destino é o mais comercial e entediante possível.
Essas duas não tem nenhum seguidor, coloca nenhuma hashtag na foto, e acha que vão ficar famosas milagrosamente, aff |
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