Titio Watanabe como você nunca viu.
Shou é um rapaz reservado, estudioso e considerado um aluno-modelo em sua escola. Por isto a surpresa de sua amiga Hazuki quando ele pergunta se ela não gostaria de "matar aula", vivendo aquele dia sem pensar no amanhã e no futuro. Amigos próximos durante a infância, Shou e Hazuki acabaram se afastando um pouco à medida em que cresciam. A experiência de passarem um dia inteiro juntos, sem se preocuparem com nada, permitiu que pudessem se ver novamente como eram na infância, sem máscaras sociais que ocultassem suas verdadeiras personalidades.
Por incrível que pareça, não se trata de um curta de Makoto Shinkai, mas sim, de ninguém menos que ele, o padrinho do Nave Bebop, Shinichiro Watanabe. E por que estou dizendo isso? Porque definitivamente, isso não parece em nada com o Watanabe. Se eu não soubesse que o curta é dirigido por ele, diria que se trata de Makoto. A atmosfera romanceada é a mesma. Quem assistir, vai perceber isso na hora. No entanto, eu não sei até que ponto isso é uma coisa ruim. No geral, achei Baby Blue mediano. Ele é diferente dos demais curtas experimentais em que vimos anteriormente, e de longe, é o mais normalzão da lista. Não existe nada de sobrenatural nele, nada de bizarrices, seres de outro mundo ou coisa do gênero. Baby Blue é extremamente realista e humano. Capaz de nos fazer se comover com os personagens em pouquíssimos minutos. De nos identificarmos com o drama e o sentimento generalizado. Nesse ponto, ele é perfeito.
Por outro lado, tem a questão que já mencionei, a de que não parece em nada com o Shinichiro Watanabe - a não ser a mensagem final que ele entrega que comentarei. O visual, o designer dos personagens são extremamente simplórios, e comuns demais, o que não chega a ser um defeito na realidade. Entretanto, senti falta de ver mais as características do Watanabe ali, me parece que é um curta realizado por outro. Ainda sim, Baby Blue funciona para os padrões do nosso titio, porque o significado dele, de que os momentos se perdem muito rápido no lapso mental é um tema presente em alguns episódios de Cowboy Bebop por exemplo. Nisto, consigo ver que tem o dedo de Watanabe ali, de resto, ele está irreconhecível. Mais tarde a gente vê em Sakamichi no Apollon que ele consegue explorar os jovens estudantes de maneira mais ampla, mas até então, era novidade. Mesmo depois de assistir esse anime, continuo achando: essa não é praia dele! Pra mim, não é o Watanabe que conheci em CowBe, Samurai Champloo ou Space Dandy. E falando em Space Dandy, seria muito mais plausível se o curta tivesse mais a pegada maluca de Space Dandy, ao invés de ter a cara de um filme de Makoto Shinkai. Acredito que cairia como luvas para a proposta.
No geral, Baby Blue é interessante. O tempo passa voando, assim como nossas lembranças e a intimidade que criamos com outras pessoas, bem demonstrado no curta. Em apenas 05 minutos, muita coisa é dito sobre eles, sem muita confusão ou pressa, como poderia ter sido. Existem cenas pausadas que oferecem um descanso aos diálogos, o que torna o curta numa animação tranquila. Apesar de certos detalhes, recomendo com certeza.
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Muito obrigada por ter acompanhado essa maratona repentina aqui no blog. Amanhã quero publicar um post contanto os bastidores, o que achei no geral desse projeto do Studio 4°C e porquê resolvi fazê-lo. E também, contar como vai ser a próxima maratona futuramente (se rolar). Obrigada mais uma vez!
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