QUE BRIZA TIO.
Um bebê se diverte com um brinquedinho cheio de cores em seu quarto enorme, no qual nada é de verdade, apenas simula a realidade. Mas quando este brinquedo pára de funcionar e sua mãe virtual literalmente se esvazia como um balão, o garoto sai de sua cama e acaba caindo num mundo real muito bizarro, no qual fica com cara de porquinho.
Um pouco insano? Com toda certeza! Daria para dizer que a animação foi tirada de um episódio de ''Adventure Time'' (Hora de Aventura ♥) de tão surreal e ''fumado'' que ele é. Embora não apresente nenhuma fala durante os 15 minutos de exibição, ainda sim dá pra entender - na medida do possível - tudo o que está acontecendo em Happy Machine. Assim como foi com o primeiro curta ''Genius Party'', esse seguiu com um apelo bem mais forte com a interpretação do espectador, tendo como base apenas a animação em si. Não foi preciso inserir milhões de palavras como foi com o anterior pavoroso ''Limit Cycle'' para preencher o curta cheio de enigmas filosóficos sem um significado aparente. De uma situação simples parecida até certo ponto com o segundo Shangai Dragon, esse curta ofereceu uma premissa direta e óbvia, de que o universo louco se trata da imaginação insana da criança. É como se tivéssemos inseridos dentro da mente dela. O final deixou um grande ponto de interrogação em mim, mas nada que não dê para interpretar. Não se trata de uma obra indecifrável.
Happy Machine tem nele as características de Masaaki Yuasa, basta reparar nas cores fortes por exemplo para perceber. Ver um pouco do estilo do diretor no curta, me dá a sensação de que ele entendeu o propósito da brincadeira toda. Ainda mais, se formos levar em consideração que a ideia é sim bastante criativa; a forma como o personagem lida com as coisas surreais, e de como elas são desenhadas e coloridas de forma tão distintas, confirma ainda mais esse fato. Como se não bastasse compreender o projeto e desenvolver bem, o desfecho nos presenteia com um quê de interpretação do ''assistidor'' que mexe com a unicidade de cada um. Da forma como cada um enxerga tal situação, sem revelar a verdade, apenas a incerteza. Masaaki Yuasa sempre gostou de brincar de perspectivas diferentes, basta assistir o lindo e encantador The Tatami Galaxy ou o trágico-cômico Sayonara, Zetsubou-Sensei para saber do que estou falando. O cara manja!
Enfim. Como já era de se esperar do melhor animador experimental da atualidade (POLÊMICA), Happy Machine possui um surrealismo fascinante, capaz de fazer viajarmos facilmente junto com a criança com a bizarrice acontecendo em volta. Ele é imersivo. Pra um curta de 15 minutos, conseguir isso é uma proeza essencial, e ao mesmo tempo, dificultoso. Porém, para um cara criativo como Masaaki Yusa, isso é fichinha.
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Amanhã continua a maratona! Será a vez de ''Baby Blue (Shinichiro Watanabe) ''. Até lá!
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