Resenha do filme ' Perfect Blue '


Uma obra surpreendente, uma loucura contagiosa, um underground de altíssimo nível. Não deixe de conferir esta assombrosa resenha sobre um filme psico extremamente fantástica!


  Esta matéria tem como objetivo te induzir a assistir este filme e fazer desenvolver uma exigente consciência critica na sua mente acerca de uma obra com uma qualidade exuberante na qual pode se ver através dos fatos de um jeito profundo. Ver através dos acontecimentos. Essa é a finalidade do a qual eu comentarei aqui sobre Perfect Blue. Devo também dar os créditos aos sites Elfen Lied Brasila corte do rei papagaio e criticas do lucas cardozo que me fez ver o ''outro lado da moeda'', me ajudando a criar um raciocínio mais lógico sobre minha opinião, me fez repensar em minhas conclusões e reafirmar outras afim de que eu possa ter as palavras certas, a visão correta dos fatos, para consequentemente dar o enfoque de uma maneira precisa, clara, objetiva criando assim em você o desejo persuasivo de assistir o filme ou rever-lo.

Sinopse
   Mima Kirigoe é um membro de um grupo musical chamado Cham, que tem fieis fãs, embora que ainda pequeno. Querendo melhorar a sua carreira e provar que é muito mais do que uma garota bonita com uma voz agradável, ela abandona o seu grupo musical para se tornar uma atriz. Alguns fãs do Cham não querem vê-la ir, um fã obcecado encara isso como uma traição. Logo Mima aprenderá que decepcionar os fãs pode se tornar em uma experiencia dolorosa.

Referencias 
 Perfect Blue faz diversas referencias de filmes para embasar os acontecimentos. Como no caso do filme ''Um corpo que Cai'' (Vertigo) de Hitchcock com sua trilha sonora fantástica e seu suspense prolongado. Dando um encontro a ''Suspiria'' de  Dario Argento um eletrizante Thriller psicodélico. Até finalizar ao ''The Accused '' (Acusados) de Jonathan Kaplan, onde uma mulher é estrupada em um bar. Com os roteiros de Sadayuki Murai e uma perfeccionista direção de Satoshi Kon, Perfect Blue é uma adaptação livre de um romance policial que carrega o mesmo nome, criado por Yoshikazu Takeuti.
 Perfect Blue também inspirou o filme  ''O lago dos Cisnes'' .


Primeiras impressões
  Logo de cara eu me simpatizei pela arte do filme, ou seja, personagens, cenários, coadjuvantes e etc. A primeira impressão escrachada que eu percebi é a realidade. Já no inicio eu percebi estar assistindo um filme como se fosse de pessoas reais, atores e atrizes. É inacreditável como o filme mostra perfeitamente o sentimento das pessoas, o drama está explicito concisamente, a reação dos personagens tem um toque de humanidade, de verdade. Isso resultou em uma ânsia de querer ver mais, de saber o porque das coisas.
  No início temos uma demonstração natural de como são as coisas no Japão. A personagem principal Mima retrata bravamente o cotidiano de tantas pessoas, que assim como ela sente medo, tem incertezas, na qual a sociedade joga toda uma carga de responsabilidade em seus ombros onde a decisão errada pode levá-la ao fracasso. Se você for pensa melhor é exatamente assim que a vida funciona. É exatamente assim que muitas vezes nós nos sentimos. Independente do país, a mídia sempre joga este tipo de artimanha, responsabilidade, que conscientemente tem um grande peso no psicológico de quem quer que seja, em outros mais, em outros menos. No caso de Perfect Blue foi para mais. O filme tem como base essa crítica a indústria do entretenimento japonês que pode-se afirmar questionável, pois seus ídolos são facilmente substituíveis ou tratados como um objeto, que usa e joga fora quando quer, pois a realidade é dura. A realidade é forte, traidora, e acima de tudo manipuladora. E é disso que Perfect Blue mostra, esse enfoque é estupidamente essencial debater, ser mostrado, ser julgado. Talvez seja esse o tempero que deu um rumo mais realista para o filme, esse tema inovador é simplesmente ignorado. No filme ele teve uma relevância merecida, um espaço usado de forma esplêndida que desperta em nós um pensamento mais crítico de um assunto tão esquecido.


O Desenrolar dos Fatos
 Passado todas aquelas informações do ambiente e do que esta sendo mostrado ali, o filme muda repentinamente de gênero, de mistério passa a ser esquizofrenia. Essa transição vemos ao longo do filme várias vezes, em algumas cenas percebemos um clima dramático, depois passa pelo mistério, terror e assim vai. Porém toda essa mudança de foco não fez que o filme ficasse ruim, ao contrário, deu um efeito de realidade, que como eu disse anteriormente é a base do filme todo. A protagonista do filme trava uma batalha árdua consigo mesma de descobrir o que é real ou não. E é exatamente assim que eu me senti assistindo o filme, principalmente nas horas em que as alucinações aconteciam seguidamente, eu não sabia o que era de fato real. Ou seja, Kon transpassou isso com total exido, do mesmo modo que Mima estava se sentindo, confusa sem ter certeza das coisas, foi a maneira pela qual me senti vendo o filme.
  Um ponto forte da história que me chamou muita atenção foi na hora que Mima se vê várias vezes ainda na sua carreira antiga, isso eu posso interpretar em inúmeras maneiras. Por exemplo, aquilo podia ser a força da sua imaginação, podia ser um desejo dela de voltar a ser o que era antes, o que ela realmente queria, ou o que os fãs dela desejassem que ela continuasse. Dentre todas essas hipóteses eu posso definir como algo psíquico, mero ilustrativo, uma demonstração da força de sua esquizofrenia, uma alucinação de um desejo de seus fãs ou a sua loucura falando alto.

Nos momentos em que Mima interpreta no seriado ''Double Bind'' uma personagem psicótica como é exatamente a personalidade que ela passa a ter com frequência, isso não poderia transparecer em outra coisa a não ser fantasia, falando de uma maneira mais clara isso efetivou num clima mais psicodélico ainda. Em muitos momentos eu não sabia o que era verdade e o que era alucinação. E era exatamente desta maneira que a protagonista estava se sentindo. Você entendeu o que eu quis dizer? é isso que Perfect Blue é. Ele passou o sentimento de sua personagem em seu público, e por esse motivo eu considero esse filme como algo extraordinário, algo que me comoveu, me sensibilizou, eu recebi o que o autor tentou passar com clareza de uma abordagem excepcionalmente profunda.


Características
  As cenas de violência tanta sexual ou física foi bem trabalhada no filme de modo que o clima ficou extremamente mais pesado e nítido. Deste a hora em que ela atua em uma cena de estupro, ou até quando as pessoas que foram envolvidas na mudança de sua carreira são assassinadas. Em todos esses momentos o terror psicológico avança sem dó e sem piedade, deixando uma fragrância própria, uma característica peculiar.
  Eu afirmo que Perfect Blue mostra a consequência de uma decisão hesitante. Ele faz uma abordagem profunda no íntimo do ser de Mima, mostra os aspectos irresoluto do pensamento dela. Kon vai além dos olhos dos fãs, da mídia em geral, ele trata pesadamente o psicológico, o mistério, o suspense. Ele consegue criar no espectador aquele sentimento ruim, mais que chega a ser uma coisa boa, pois essa é a proposta dele, esse é o ponto crucial do filme. Vi muita gente dizendo que se sentiu perdido, sem entender os fatos, mais devo dizer que está é a relevância, é esse tipo de sentimento que é o esperado por um filme como este. Nas horas em que Kon mistura a fantasia com a realidade, os sonhos ilusórios, a violência, enfim tudo, todos os mínimos detalhes que você entendeu ou até aqueles que tenha passado despercebido por você, são tudo consequências de uma drástica mudança de profissão, pois diga-se de passagem foi repentina. Se coloque no lugar daqueles fãs, você ia gostar de ver seu ídolo mudar de carreira para atuar em novelas em cenas pesadas de violência, ou em ensaios sensuais?  traduzindo, é como se fosse uma traição, é decepcionante.


 Desfecho
  O filme contou com um final complexo, e se depender da interpretação de cada um, pode trazer mais perguntas do que respostas. É preciso assistir novamente para caçar mais detalhes que com certeza tenham passados despercebidos. Perfect Blue tem como função trazer o obscuro á tona, aquela imaginação perturbadora, aquela ilusão tão real em contexto, um mundo de consequências a ser explorado com perfeição.
  O final me agradou, pois se confirmou o gênero, a marca registrada do filme. Tenho a obrigação de ressaltar a importância que isso tem em um filme, a de terminar de maneira que satisfaça o gênero definido.  Esse é um dos motivos do filme que me agradou tanto, porque apesar da proposta que traz em si (a de confundir a cabeça de quem esta assistindo) ser o ponto forte, ele não ficou uma coisa fora do padrão estabelecido, em momento nenhum fugiu da sua marca, de sua meta.


Considerações finais
  Eu poderia fazer uma gigantesca matéria com todos os detalhes do filme e tentar analisá-los de maneira convincente e simples, porém por mais que eu tentasse achar adjetivos e explicações opinativas acerca dos acontecimentos eu JAMAIS conseguiria traduzir o que é Perfect Blue. Ele não é uma incógnita como várias pessoas pensam que seja. Ele trata de uma questão de interpretação, de ponto de vista. É um jogo de adivinhação, de mente. Kon lida com o público de um jeito bonito, produziu uma obra estupenda com cenas inteligentes, em apenas 80 minutos de filme vemos a loucura colocada sobre a mesa, em questão de debate, e o resultado de tudo isso não poderia ser diferente, o melhor filme psico-thriller da história!
 Super recomendadíssimo pois nele se encontra um universo exterior reluzente, acessível, uma alucinação contagiosa. Perfect Blue foi lançado em 1998 nos estúdios Madhouse, e mesmo depois de todo esse tempo ele não perdeu seu significado, é uma obra que tem uma importância gigantesca e que ainda nos dias de hoje ele não deixa de ser valioso.
 Perfect Blue é como um vírus que vai te contaminando com a loucura, numa sutileza detalhista fantástica que trará uma consequência única em sua vida : a de não ser mais acordado desta maravilhosa alucinação!

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